Projeto da APECV 2013-2016
Facilitadoras: Emilia Lopes; Ângela Saldanha; Teresa Torres; Christiana Matsius.
Participantes: Mulheres de Campanhã, Porto; Associados da APECV, Associados de PIMTAI em Évora ; membros do coletivo Teia, Gulpilhares; alunos do Instituto Politécnico de Viseu e alunos de escolas secundárias em Portugal; mulheres e homens de Walvis Bay.
Maltratadas foi uma resposta local para uma chamada de atenção global, o alerta para a violência sobre as mulheres. Em 2011 , como professoras e artistas, colaboramos com a campanha lançada pela Associação Cultural de Viseu ‘Adamastor’, no âmbito do Dia Internacional para a Erradicação da Violência sobre as Mulheres. Esta iniciativa, em cada dia 25 de novembro, exorta à consciencialização dos cidadãos para o fim da violência sobre as mulheres nas diferentes formas em que esta se manifesta nas nossas sociedades. Em 2013, lançamos um apelo de colaboração, designado ‘ Maltratadas’ a partir das redes sociais e redes de arte educação artística da Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual (APECV) para a elaboração coletiva de uma manta de retalhos. Cada retalho contaria a história de uma mulher vítima de violência. A adesão ao projeto foi significativa, alunas e professoras da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viseu; membros da Adamastor de Viseu; membros do grupo Teia de Gulpilhares; participantes dos ateliers de adultos da APECV em Campanhã com a escultora Emilia Lopes; membros da associação cultural PIMTAI , de Évora, e professores da APECV de vários locais do país enviaram um retalho contando histórias de violência sobre as mulheres. Através do patchwork, do bordado e da colagem , foi mais fácil contar histórias dolorosas e denunciar situações de violência escondida. Em 2014 a professora da Namíbia Christiana Matsius que viu a manta na APECV em Campanhã, levou a ideia para o seu país e convocou a ação ‘Orange day’, com os mesmos propósitos de Maltratadas. A manta é um testemunho em memória de todas as mulheres que nunca puderam tornar visíveis histórias problemáticas. É também um objeto educativo para alertar sobre o problema da violência sobre as mulheres. Entre 2014 e 2016 a manta viajou de local para local, iniciou o périplo em Gulpilhares, na mercearia onde se reúnem os membros da comunidade e, onde teve a distinta visita de Rita Irwin, a investigadora que teorizou o conceito de a/r/tograhy .