Ana Alexandra Pascoal Carreira
Instituto Politécnico de Bragança
Comunicações orais
Construindo histórias improváveis em escultura
Resumo
Com esta investigação pretende-se compreender de que forma a Educação Artística, pode contribuir para uma mudança de atitude dos nossos jovens alunos capacitando-os para uma cidadania mais implicada, através de práticas que promovam uma reflexão e transformação de consciência social dos jovens. Procurando uma exploração da arte contemporânea e artistas ativistas em sala de aula, pretende-se capacitar o aluno para um olhar crítico e autónomo neste mundo, em constante mudança. Desenvolvem-se trabalhos centrados em valores dos direitos humanos, construindo um conhecimento centrado na experiência estética, mas também nos valores universais de devem ser o pilar de uma sociedade democrática, plural, promovendo o diálogo com o outro, com os outros. As práticas contemporâneas abraçam uma questão híbrida abordada por alguns teóricos (Kester, Rasmussen): a relação entre a estética e a ética. Para estes teóricos, a análise da obra deve estar mais centrada num novo social comprometimento em detrimento de uma estética inovadora onde a sofisticação está na capacidade colaborativa para com a comunidade e não na obra em si. Recentra-se a arte. E na sala de aula centra-se a exploração plástica e as questões sociais para a construção de uma cidadania ativa. Ai Weiwei, defende que “a liberdade não é uma condição absoluta, mas o resultado da resistência”, é fundamental que os nossos alunos se consciencializem que a democracia e a liberdade de que gozam tem de ser alimentada, tem de ser preservada, pois não existem valores absolutos. O trabalho aqui apresentado foi desenvolvido por alunos de uma licenciatura em Arte e Design durante o presente ano letivo. Através do desenvolvimento de uma escultura tinham de contar a história de vida de uma figura pública que fosse significativa, que teria no seu tempo mudado a sua história, contribuindo para uma mudança histórica. Os alunos tinham de trabalhar de forma colaborativa na exploração visual de uma história de vida, narrativa visual tridimensional. Algumas das escolhas foram: Frida Kahlo, Maria da Penha, Rita Lee ou Angela Davis. Curiosamente a maioria dos trabalhos centraram-se em mulheres que no seu tempo mudaram o rumo da história. Das suas reflexões podemos concluir que foi um trabalho gratificante, permitindo a muitos alunos compreenderem que a arte não tem apenas uma dimensão estética, permitindo problematizar e dar visibilidade a uma dimensão ética.